José Antônio Monteiro, o Zé do povo
De onde vem o talento? Qual a receita pra ser carismático e
encantar toda uma população de uma cidade? Será que o senhor Antônio Monteiro e
a senhora Severina Monteiro ensinaram esse ofício ao seu filho José Antônio
Monteiro da Silva o famoso Zé do povo ou é herança genética? Ou será que é
fruto de um curso superior na área de comunicação e entretenimento?
Não sei se você já percebeu, mas, às vezes temos algo ou
alguém que faz parte da nossa vida, seja no âmbito pessoal ou comunitário, e nem
sempre nos questionamos desde quando isso acontece e quais os passos essa
pessoa deu para que fosse importante hoje.
A imagem mais primitiva que tenho de Zé do povo é auxiliando
em eventos o ex-prefeito de Bezerros Lucas Cardoso e o ex-pároco da Matriz de
São Sebastião e ex-presidente da associação Miriam, mantenedora da rádio 104 FM,
o padre Miguel Ângelo Ferreira.
Ainda lembro-me dos seus tempos de namoro com Êda (Sivoneide
Maria) hoje sua esposa, participando da missa na igreja de São Sebastião há
quase 20 anos atrás, essa união lhes rendeu dois filhos: Antônio Lucas e Pedro
Vinicius.
E é bom destacar isso, sua socialização não é apenas
funcional, devido há um trabalho ou outro como o de locução, que executa há 23
anos. Zé do povo sempre esteve onde o povo está.
Membro de grêmio estudantil teve a oportunidade de ter uma
consciência política que o capacita a criticar e comentar sobre o tema. Sem falar
que, estar na pauta do programa de Zé do povo é o desejo de todo político, pois
seu programa Jornalismo Popular tem audiência garantida e as notícias ecoam
pela cidade de boca em boca, ainda que horas depois do programa.
Outro grupo que se identifica com o comunicador são os
esportistas. Goleiro amador, sempre foi um incentivador das mais diversas
modalidades de esportes, levantando a bandeira da socialização e educação dos
jovens, tendo os estímulos esportivos como pilar. E assim tirar muitos jovens
da rota do narcotráfico, que tem exterminado a vida de muitos, fazendo com que
ele faça comoventes apelos aos jovens, principalmente do seu bairro Irmã Júlia,
mais conhecido por bairro do salgado.
E se hoje ele é conhecido por ser comunicador, suas aptidões
vão além do rádio. Grande conhecedor da cultura popular, fala com propriedade das músicas, danças e
folguedos nordestinos. Forró pé-de-serra é o seu ponto forte ou seu ponto
fraco, já que ele não resiste ao ritmo. Anos atrás, quando comandava o programa
Manhã Nordestina , Zé do Povo levava trios de pé-de-serra para o seu programa aos sábados, consolidando
a fama de antigos artistas e dando oportunidade aos novos de serem
reconhecidos.
Suas atuações como palhaço em festas infantis, fez com que a
essência da arte da palhaçaria fosse uma constante em sua vida: fazer as
pessoas felizes. Mesmo sem a cara pintada, até mesmo em situações de dor e
sofrimento, ele consegue extrair risos das pessoas, principalmente as mais
carentes que o procuram com suas necessidades, e consegue que os doadores
ajudem com alegria, sensibilizados com a necessidade do próximo mas, doando com
alegria no coração. Talvez por conhecer de perto os necessitados, por fazer o
bem com sensibilidade e alegria hoje, Zé do povo é a maior referência em
assistência social da cidade de Bezerros-PE. Pois quem precisa sabe que será
ouvido e quem doa sabe da transparência de Zé do povo.
Ele também é imitador e ventrículo, de inteligência e
criatividade ímpar, consegue tecer diálogos com mais dois personagens com muita
naturalidade em seus programas. Mamulengueiro por paixão, já escreveu uma peça
completa e sonha em ter uma companhia de mamulengos.O que mais dizer sobre uma pessoa tão criativa e cativante
quanto Charlie Chaplin, Jerry Lewis, Chico Anísio, Renato Aragão, Tom
Cavalcante?
Como todo grande humorista, acaba tendo sua genialidade ofuscada
por seus personagens inocentes, bobos ou toscos, mas, em apenas 10 minutos de
conversa, pela variedade de temas que Zé do povo domina, fica muito claro que sua
inteligência excede a média geral. Particularmente, eu gosto de estar com gente
inteligente para poder aprender, consequentemente a companhia de Zé do povo é
muito agradável.
Será que o seu espírito bairrista e interiorano não impediu
que o sucesso nacional fosse um fruto do seu trabalho, se tivesse ido para um
grande centro? Mas também pergunto: Será que seria feliz longe de todos e
de tudo que hoje o rodeia?
Em tempos de distâncias mais curtas através das redes
sociais e das tecnologias ‘mobile’ que permite doutores e matutos possuírem um
celular com acesso a internet. Talvez nem Zé do povo tenha noção onde seu
talento vai chegar.
Por Lunas de Carvalho Costa
Comentários
Postar um comentário